quarta-feira, 20 de abril de 2016

Para se salvar, Cunha tem arma contra Temer


Chamado de gângster, golpista, nada disso tira o seu controle. O malvado favorito de muitos comanda mais de uma centena de deputados federais e é capaz enfrentar o STF e uma presidente da República. Mas Eduardo Cunha (PMDB-RJ) não pode baixar a guarda. Ele ainda luta para sobreviver.

E da mesma forma que agiu contra Dilma e o PT quando decidiram não apoiá-lo no Conselho de Ética, agora usa o mesmo roteiro para se proteger contra Michel Temer.

Ou seja, caso Temer não cumpra o combinado para protegê-lo – não dar declarações contrárias, não interferir no processo no conselho de Ética e ajudar a evitar a cassação - após tudo ter sido cumprido para derrubar Dilma, a ameaça é apoiar pedido de afastamento do vice.

E essa arma está apontada para a cabeça de Temer. Embora tenham ótima relação, no tipo de política que ambos praticam é fundamental ter uma carta na manga.

E ela surgiu ao acaso, exatamente quando Eduardo Cunha estava irritado com o STF que determinara a instalação de uma comissão especial para o impeachment de Temer, cujo pedido ele havia arquivado no final de 2015.

Da mesma forma que Dilma, Michel Temer também assinou as tais pedaladas fiscais. Alertado pelos aliados, Cunha recuou, parou de reclamar do STF e agora tem uma poderosa arma contra o seu companheiro de partido que pode assumir a chefia do Executivo.

Aliás, não apenas Cunha, mas também os seus aliados têm essa arma. O que significa que Michel Temer, caso assuma o Executivo, será mais do que refém do Congresso.

E como a maioria dos líderes partidários optou por não indicar os nomes dos participantes dessa comissão, lá está ela parada, guardada, cuidada, alisada e adorada.

Portanto, Michel Temer não pode errar com Eduardo Cunha e seu grupo. Caso entre em rota de colisão, e para isso será pressionado, o presidente da Câmara pode afastá-lo.

Nesse caso, quem assume é o primeiro na linha sucessória: Eduardo Cunha, réu no STF por ter recebido propina na Lava Jato, e sua turma abençoada por Deus e pelo povo, como eles mesmo bradaram no último domingo (17).

No entanto, antes é preciso aguardar o desenrolar da novela no Senado federal.

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