Janot confirma: houve golpe eleitoral contra Dilma
Em entrevista à Folha, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, fez uma declaração bombástica:
“Estava visível que queriam interferir no processo eleitoral. O advogado do Alberto Youssef operava para o PSDB do Paraná, foi indicado pelo [governador] Beto Richa para a coisa de saneamento [Conselho de administração da Sanepar], tinha vinculação com partido. O advogado começou a vazar coisa seletivamente. Eu alertei que isso deveria parar, porque a cláusula contratual diz que nem o Youssef nem o advogado podem falar. Se isso seguisse, eu não teria compromisso de homologar a delação.”
Se a acusação atingisse o PT, a mídia a teria transformado, imediatamente, em manchetão nas capas de todos os jornais, portais e revistas.
Como é contra o PSDB, então a informação é minimizada, como sem importância.
Janot repetiu a denúncia de golpe político-midiático, que a gente, da blogosfera, se cansou de fazer durante os primeiros vazamentos seletivos dos depoimentos de Alberto Youssef.
Denúncia esta que a imprensa jamais fez, embora estivesse ali, à vista de todos.
Por quê?
Por que a imprensa não identificou o óbvio, que havia vazamentos seletivos, com objetivo de interferir na campanha eleitoral e prejudicar Dilma Rousseff?
Ora, porque a imprensa fez parte do esquema.
Essa é a conclusão lógica inevitável das palavras de Rodrigo Janot, procurador-geral da República, o cargo máximo do Ministério Público Federal.
No dia do penúltimo debate da eleição presidencial, que ocorreria na Record, um dos principais repórteres políticos da Globo, Gerson Camarotti, chegou a publicar, em seu blog, que Aécio e Alvaro Dias tinham recebido um "detalhamento completo" dos depoimentos de Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef, que "envolveria nomes graúdos do PT".